TEATRO
Doro­téia Minha
30.04 a 01.06.02Falar de amor é uma maneira de olharmos para nós mesmos e para os outros através da solidariedade, do lirismo, da paixão e da compaixão. Esta peça-performance nos emociona porque nos aproxima deste universo que buscamos a cada dia com mais urgência.
A raiz deste trabalho nasceu de uma história verdadeira de amor que aconteceu com a minha avó Eleonor Bruno e Nelson Rodrigues, nosso maior dramaturgo.
Um amor profundo e arrebatador, vivenciado na década de 40, um amor daquele tempo e atemporal, romântico e contemporâneo. O amor não tem idade nem limites, ele avassala e transforma.
Este espetáculo foi inspirado nas cartas de amor que Nelson escreveu para Eleonor, surgindo daí uma correspondência direta da autora com o universo Rodrigueano.
Foi criada uma dramaturgia onde o contato com o público é próximo e íntimo. A personagem Dorotéia é uma espécie de condutora e narradora desta história que é vivenciada em cena por outras duas personagens: ELE e ELA.
O diálogo acontece em forma de cartas de amor. O texto, a música, a dança e outros recursos cênicos são utilizados para acordar nossa consciência para nossos sentimentos mais profundos e para aqueles encontros que se tornam eternos e absolutos!
BETH GOULART
Dorotéia Minha ou O prazer de reencontrar Beth Goulart
Tudo começou quando Beth me convidou para assistir o vídeo da performance que fez, tomando como fonte de inspiração umas cartas de amor… Quando terminamos de assistir a este mergulho no fundo da gaveta, ela me perguntou se eu achava que havia material para realizar um espetáculo! Eu, fascinado e comovido, respondi que aquilo era a semente para um belíssimo espetáculo, sem saber que nesse momento estava começando uma história de amor com Dorotéia Minha.
A pergunta seguinte foi se eu gostaria de compartilhar com ela essa viagem à alma. Claro que eu respondi que sim, com a Beth eu iria até o fim do mundo! A partir deste momento, Dorotéia Minha virou Dorotéia Nossa.
Um ano depois de muitos encontros, telefonemas, cafezinhos e caminhadas na praia, Beth me entregou o texto recém nascido. Começamos a ensaiá-lo e os ensaios foram uma festa! Primeiro apareceu a idéia de estruturar o espetáculo em dois planos: a realidade, que é aqui e agora, onde Dorotéia, a narradora, conta e canta uma história de amor, imortalizada em cartas que ela possui.
O segundo plano seria o da imaginação, onde se passa a história de amor, vivida nos anos 40, por um homem e uma mulher. Neste segundo plano damos continuidade a uma pesquisa de linguagem estética iniciada emDecadência. Os objetos são imaginários, o gesto é limpo e preciso, e a palavra é a dona da cena.
Esta viagem não seria possível sema sensibilidade musical de Zé Nogueira, a luz cenográfica de Alessandra Domingues, que desenhou tão bem o nosso espaço cênico, a versatilidade do figurino de Sonia Tomé e as preciosas dicas de movimento de Marcia Rubim.
VICTOR GARCIA PERALTA
FICHA TÉCNICA
Beth Goulart texto
Victor Garcia Peralta e Beth Goulart direção
Self Produções e Chaim Produções realização