O termo “Nude” no inglês é designado na arte como um gênero que tem o corpo humano despido como sua matéria prima e é a partir dai que o performer mergulha em possibilidades de experimentação, e estabelecendo uma relação com os nudes contemporâneos em que a parte se apresenta em substituição ao todo Este questionamento impulsiona o performer em uma coreografia em que o movimento é construtor de imagens, procurando a beleza em executar, tecer, costurar e produzir com o corpo.

Nudes quer ser uma dança pelada, uma dança „pelando‟ uma dança de pele, de dentro pra fora, desvestida, descolando a pele uma selfie do self? Em cena o performer, e o aparelho celular desenham um movimento estacado, um movimento que quase não vai, enrijece registra um tônus e contrações. É possível uma dança nua sem tirar a roupa? Quando a roupa se torna extensão da pele que texto se tece? Lucas Koester é graduado em design de moda e compreende figurino como texto, camada dramatúrgica potente para experimentações. Para este trabalho elaborou o desenho inicial do figurino em parceria com o estúdio SUPERNOVA logo no inicio do processo e foi com ele para a sala experimentar para saber que imagens poderiam surgir. Foi então nas dobras que um diálogo com o que era proposto ao corpo começou a se permear; pele figurino, figurino pele.

SOBRE O ARTISTA:

Lucas Koester é performer, produtor cultural e figurinista. Nascido em Curitiba e naturalizado no calor do cerrado, é filho de filhas de árabes e alemães, acredita que a aspereza do sotaque gutural de casa é o que hoje marca seu trabalho com movimentos côvados e estacados num ritmo bem próprio. A partir de 2007 inicia seus estudos em comunicação pela Universidade Federal de Mato Grosso e também como bailarino na Cia Art’Expressão, participando como intérprete criador dos espetáculos ‘De.Monstro’ (2009) e ‘Rascunhos’ (2010). Neste ano aproxima-se também do Grupo Artes do Corpo através do grupo de pesquisa de Estudo de Culturas Contemporâneas orientado por Dolores Galindo e coproduz ‘Móvel’ de Daniele Milioli. Participa como intérprete convidado em ‘Bilhete’ (2011) do grupo Comadança. Os estudos em comunicação seguem para uma esfera comportamental e análise das imagens, corpo e subjetividade. Gradua-se em Design de Moda pela Universidade de Cuiabá durante o período em que parte para investigações entre corpo e moda construindo a instalação performance ‘Tempo de Espera’ (2012) e dirige outros três performers em ‘Brechó’. Entre os anos de 2014 e 2016 atuou como Curador responsável pelas ações de dança no Sesc Arsenal , atuando como curador em projetos como Palco Giratório e Sesc Amazônia das Artes. Realiza também a performance ‘Saia de Nós’ em parceria com a artista plástica Adriana Milano e atua no vídeo-performance “O Silêncio Orgânico das Flores” de Luiz Marchetti para o Setembro Freire. Integrou a Comissão do Prêmio Klauss Vianna 2014 a convite da Funarte representando o estado de Mato Grosso pela primeira vez., não se gaba acha isso preocupante. Em Cuiabá colabora com outros artistas como Elka Victorino, Thereza Helena Nunes, Raquel Mutzenberg, Daniela Leite e o In-Próprio Coletivo.

FICHA TÉCNICA:

Concepção e performance: Lucas Koester

Advisers: Elka Victorino, Juliana Capilé, Elisabete Finger, João Manuel Mota, João Victor Cavalcante e Danton Brando.

Figurino: STUDIO SUPERNOVA (Luiz Pita e Joana Resende)

Cenografia: Jamilton Melo

Desenho de Luz: Lucas Koester execução Karina Figueiredo

Registro em Video: Rafael Irineu

Video Teaser: Renan Custódeo e Eduardo Geraldis

Fotos: Aruã Callil e Elizabeth Otton

Duração: 22 min