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MÚSICA

ROberto Sion e Nelson Ayres

29.04.02

Roberto Sion e Nelson Ayres realizam show beneficente no Teatro do Centro da Terra.


Roberto Sion

Dentre os mais atuantes e respeitados nomes da música instrumental brasileira, destaca-se o de Roberto Sion, que além de saxofonista, flautista e clarinetista, também é reconhecido pelo seu trabalho de compositor, arranjador, maestro e professor.


Sion foi o vanguardista em utilizar os elementos do jazz e da música brasileira, seja ela Bossa Nova ou Samba.,fazendo deste estilo sua marca registrada. Iniciou-se ao piano com 5 anos. Aos 8, saxofone, clarineta, solfejo, harmonia e canto coral no Conservatório Lavignac – Santos.


Finda a faculdade de Psicologia em Campinas, aos 25 anos,decide-se de corpo e alma pela música e segue então para Berklee School of Music onde aprofunda seus conhecimentos de arranjo e improvisação e estuda saxofone com Joseph Viola,Ryo Noda, Lee Konitz e Joe Allard.


Desenvolve e aprimora sua carreira de compositor e arranjador e estuda análise e composição com Damiano Cozzella, Olivier Toni, Willy C. Oliveira e H. J. Koellreutter.


Desenvolve seus estudos de flauta com Grace Bush. Viajou varias vezes a Argentina e Europa, com Vinicius e Toquinho, tendo participado junto a eles da famosa turnê européia com Antonio Carlos Jobim. Tocando desde os 11 anos, fazem parte de seu curriculum sete albuns gravados, apresentações como solista na Europa, EUA, Japão e mais recentemente em Israel. Durante sua estada no Japão em 96 recebeu “…pela criatividade de sua Obra nos últimos 30 anos …” a crítica de “…um dos mais importantes alto-saxofonistas do mundo…”(tradução juramentada – Consulado do Japão em São Paulo).


Iniciou em 98 o trabalho de Coordenador Pedagógico dos Cursos de Música Popular do Centro de Estudos Musicais Tom Jobim(ULM).


É maestro titular da Orquestra Jovem Jobim desde sua fundação em julho de 2001.


Como Professor e Orientador Pedagógico:

74-78 Fundação das Artes de São Caetano

78-83 Conservatório Musical Brooklin Paulista

90-97 Escola Municipal de Música

Desde 98 é Coordenador e professor na Universidade Livre de Música Antonio Carlos Jobim

Outros:

Desde 86 tem ministrado Conferencias e workshops,principalmente sobre Técnicas de Improvisação – Harmonia – Composição e Arranjo, em Conservatórios e Universidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraíba, Vitória do Espirito Santo, Brasília.

De 93 à 99 foi o Coordenador dos Cursos de Música Popular do Festival de Inverno em Campos do Jordão.

Gravou 5 Vídeos-Aula (MPO Vídeos)sobre Introdução ao Estudo para Teclado, Violão, Saxofone e Flauta e Nível Médio/Avançado para saxofone.

Seu CD, Oferenda, gravado no Japão, foi apresentado em primeira audição em N.Y. (janeiro/98), dentro do 25 International Jazz Educators Congress, Entidade da qual é membro.


Nelson Ayres

Pianista, compositor e maestro brasileiro, atuou ou gravou com Dizzy Gillespie, Benny Carter, Milton Nascimento, César Camargo Mariano, Chico Buarque, Dori e Nana Caymmi, entre outros. Como diretor musical, compositor, e arranjador de peças de teatro e balés (Cidadão Corpo, de Ivaldo Bertazzo), Ayres foi premiado várias vezes. Ele também já tinha trabalhado como arranjador e maestro da Orquestra Jazz Sinfônica.


Filho de pianista, ele se tornou fascinado por Luiz Gonzaga aos cinco anos, quando foi presenteado com seu primeiro instrumento, um acordeão. Aos doze, quando se matriculou no conservatório de São Paulo, ele optou pelo piano, nunca seguindo o rígido aprendizado clássico. Mesmo quando estudou com Paul Ursbach de 1959 até 1962, continuou no mesmo ritmo.


Em 1961 passou a integrar a São Paulo Dixieland Band onde permaneceu até 1968; antes participou da gravação do álbum da banda em 1963. Ele começou sua carreira como arranjador de canto vocal em 1968 e foi diretor musical da peça “Chiclete com Banana” (dirigido por Augusto Boal). Em 1969, ele foi para o EUA estudar na Berklee School em Boston; junto com Victor Assis Brasil: os dois foram pioneiros.


Ele trabalhou como pianista e arranjador acompanhando Astrud Gilberto e trabalhou na banda de Airto Moreira nos shows ao vivo e na gravação do álbum “Free”. Voltando de Berklee, ele foi procurado por músicos profissionais como Hector Costita, Amílson Godoy e Roberto Sion que estavam ansiosos para adquirir informações de jazz, numa época em que o jazz não era popular nas escolas de música no Brasil.


Os encontros informais renderam arranjos escritos e improvisações; daí surgiu a “Nelson Ayres Big Band”, composta por cinco saxes, quatro trompetes, e quatro trombones. Eles ensaiaram uma vez por semana no bar Opus 2000 até que a banda ganhou entrosamento e repertório. A banda permaneceu ativa durante oito anos, de 1973 a 1981.

Ao mesmo tempo, ele e outros integrantes da banda começaram a ensinar na Fundação de Artes de São Caetano, de onde vários estudantes membros da futura Banda Mantiqueira. O arranjo dele para “Como” um Ladrão” (Carlinhos Vergueiro) ganhou lugar primeiro no Festival Abertura (Rede Globo).


Ayres gravou seu primeiro álbum solo em 1979 na série MPBC da Philips. No mesmo ano, ele coordenou e atuou no I Festival de Jazz de São Paulo. Dois anos depois, ele gravou um segundo álbum solo, “Mantiqueira” pelo “Som da Gente”. Quando ainda trabalhava com a big band, Ayres tinha que lidar com os problemas comuns de um grupo com muitos músicos, havendo muitas ausências e substituições.


A solução foi montar um conjunto menor, se juntando a Rodolfo Stroeter (baixo) e Azael Rodrigues (bateria), no bar Lei Seca em São Paulo, refúgio de boêmios e músicos. Logo Roberto Sion(sax) se uniu ao grupo e Hector Costita veio logo depois. Então, eles decidiram assumir o grupo, criando a banda “Pau Brasil”, nome dado por Rodolfo em razão do Manifesto antropofágico de Oswald de Andrade.


Enquanto os grupos instrumentais brasileiros estavam influenciados por um jazz pop, o Banda Pau Brasil investiu dentro da música brasileira. A banda gravou três álbuns e antes de Ayres sair, eles excursionaram pela Europa e Japão.

Em 1985, Ayres foi convidado por César Camargo Mariano a fazer parte do projeto Prisma, que consistia em ter dois tecladistas à frente de enorme parafernália eletrônica. Foi a primeira iniciativa nesse sentido no Brasil, fazendo com que excursionassem pelo país durante dois anos.


Em 1998, Ayres presidiu o júri do Primeiro Prêmio de Visa de Música Instrumental, que teve como vencedores André Mehmari e Célio Barros. Desde 1992, Nelson Ayres tem sido o maestro e o diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.

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